O LIVRO DOS ESPÍRITOS - LIVRO II - CAP. VII - RETORNO À VIDA CORPORAL | ![]() |
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outra forma poder-se-ia crer em Espíritos sempre maus, os que chamais demônios.
362 Qual o caráter dos indivíduos em que se encarnam Espíritos travessos e levianos?
De indivíduos estouvados, espertalhões, e algumas vezes malfazejos.
363 Os Espíritos têm paixões que não pertencem à Humanidade?
Não, de outro modo eles vo-las teriam comunicado.
364 É o mesmo Espírito que dá ao homem as qualidades morais e as da inteligência?
Seguramente, é o mesmo, e isso em razão do grau que alcançou. Não tem o homem em si dois Espíritos.
365 Por que homens muito inteligentes, que evidenciam em si um Espírito superior, algumas vezes, ao mesmo tempo, são profundamente viciados?
É que o Espírito encarnado não é tão puro, e o homem cede à influência de outros Espíritos piores. O Espírito progride através de uma insensível caminhada ascendente, mas o progresso não se realiza, simultaneamente, em todos os sentidos; em uma etapa ele pode avançar em ciência, em outra em moralidade.
366 Que pensar da opinião segundo a qual as diferentes faculdades intelectuais e morais do homem seriam o produto de diferentes Espíritos encarnados nele, e tendo, cada um, uma aptidão especial?
Refletindo, reconhece-se que é absurda. O Espírito deve ter todas as aptidões; para poder progredir, lhe é necessária uma vontade única. Se o homem fosse um amálgama de Espíritos, essa vontade não existiria e ele não teria individualidade, pois que, em sua morte, esses Espíritos seriam qual um bando de pássaros escapados de uma gaiola. O homem lamenta, freqüentemente, não compreender certas coisas e é curioso ver como multiplica as dificuldades, enquanto que tem sob a mão uma explicação muito simples e natural. Ainda aqui, toma o efeito pela causa; é fazer para o homem o que os pagãos fizeram para Deus. Acredita-