O LIVRO DOS ESPÍRITOS - LIVRO II - CAP. VIII - EMANCIPAÇÃO DA ALMA | ![]() |
224 | ![]() |
415 Qual pode ser a utilidade dessas visitas noturnas, uma vez que delas não nos lembramos?
Fica, comumente, ao despertar, uma intuição que é, freqüentemente, a origem de certas idéias que vêm espontaneamente, sem que se as explique, e que não são outras que aquelas adquiridas nessas conversas.
416 O homem pode provocar as visitas espíritas pela sua vontade? Pode ele, por exemplo, dizer ao dormir: esta noite eu vou me encontrar, em Espírito, com tal pessoa, falar-lhe e dizer-lhe tal coisa?
Eis o que se passa: o homem adormecendo, seu Espírito desperta, e o que o homem resolveu, o Espírito, freqüentemente, está bem longe de seguir, porque a vida do homem interessa pouco ao Espírito, quando este está desprendido da matéria. Isto se aplica aos homens já muito elevados; os outros passam de outra forma sua existência espiritual: entregando-se às suas paixões ou permanecendo na inatividade. Pode, pois, acontecer que, segundo o motivo pelos quais se propôs, o Espírito vá visitar as pessoas que deseja; mas sua vontade, no estado de vigília, não é uma razão para que o faça.
417 Um certo número de Espíritos encarnados pode reunir-se em assembléia?
Sem nenhuma dúvida. Os laços de amizade, antigos ou novos, reúnem, freqüentemente, diversos Espíritos, ditosos de se encontrarem em assembléia.
Pela palavra antigo é preciso entender os laços de amizade contraídos em outras existências anteriores. Trazemos, ao despertar, uma intuição das idéias que adquirimos nessas conversas ocultas, ignorando sua fonte.
418 Uma pessoa que acreditasse um de seus amigos morto, enquanto ele não esteja, poderia se encontrar com ele em Espírito e saber, assim, que está vivo? Poderia, nesse caso, ter a intuição ao despertar?
Como Espírito, certamente, pode vê-lo e conhecer sua sorte. Se não lhe é imposta como uma prova a crença na morte do amigo, ele terá um pressentimento da sua existência, como poderá tê-lo de sua morte.